10/05/2010

História do rugby na Moita 3

Para isso houve a participação de alguns elementos em cursos de formação de monitores, de árbitros e posteriormente de treinadores da modalidade, organizados pelo Comité de Coimbra e até pela Federação Nacional.
Formou-se a equipa de séniores (já rugby de 15 ) com alguns elementos da equipa existente (ainda juniores) outros que aderiram com entusiasmo ao projecto, motivados por todo o trabalho já realizado, os quais se esforçaram por aprender, (mesmo com uma idade pouco própria para isso) e outros ainda vindos duma equipa de Anadia, que se tinha desmoronado mercê das dificuldades que encontraram e que não tinham conseguido ultrapassar. Equipa essa que não tinha concerteza o espirito de sacrificio e a força de vontade dos rapazes cá da Moita.
Esta equipa de séniores foi inscrita logo no Campeonato da 2ª Divisão Regional na sua fase de apuramento para a o Nacional e na Taça de Portugal, onde fez bastantes jogos que lhe trouxeram muitas e volumosas derrotas.
Entretanto tinha sido criado o Grupo Desportivo Moitense direccionado para a prática de futebol dado que tinham reunido as condições materiais para o fazerem. Vivia-se nessa altura, aliás como sempre, grandes dificuldades económicas devido às despesas para manter em actividade os já vários escalões juvenis e a equipa de seniores, às despesas de manutenção do melão e às de equipamentos, o que inviabilizava por vezes uma ou outra oportunidade que se lhes apresentava, por falta de meios.
É aqui que surge o convíte por parte do Grupo Desportivo Moitense, para serem integrados, como secção dependente, fazendo a partir daí, parte integrante dele. As contrapartidas eram ser o Moitense a suportar as futuras despesas da secção, tal como fazía com o futebol e pagar pequenas dívidas existentes na altura. Só que para isso o "Melão" passaría a pertencer ao G.D.M. para uso da sua direcção, onde as secções teríam, como é óbvio, o seu espaço próprio.
Na altura pareceu-lhes (a mim também) uma proposta razoável e compensadora em termos de futuro, sobretudo porque iría permitir um apoio monetário que afastaría esse fantasma do dinheiro que sempre os limitara.
E hoje, passados estes anos, quais os resultados dessa união?
Peco-vos que me desculpem mas não é a mim, apesar de ter a minha opinião bem formada, que compete fazer essa análise. Tanto mais que, tal como disse, o meu espirito é conhecido pelas grandes qualidades sociais e não quero fomentar mais desentendimentos. Penso que essa questão deve ser colocada às pessoas directamente envolvidas nessa união e que tenham assistido desde o início às promessas que foram feitas e quando foram concretizadas.

E a nível de competição. Qual a evolução dos resultados?

Disso sim, já me agrada mais falar.
O Moitense (na secção onde era praticado) teve uma caminhada lenta mas quase sempre evolutiva em termos de resultados.
Durante algum tempo, como já disse, não conseguiam ganhar qualquer jogo e o desnível no marcador era grande em quase todos eles. Mas pouco a pouco as coisas foram-se modificando e a equipa do Moitense foi-se afirmando. Mercê de um trabalho mais apurado, já com treinadores feitos na equipa e com a ajuda de um ou outro que desde o início, foram envolvidos neste trabalho de aprendizagem, os resultados desportivos foram sofrendo alguma evolução.
Começaram a ganhar a equipas que que antes os sujeitara a pesadas derrotas e foram discutindo com eles os lugares que davam acesso à fase final da 2ª Divisão. Tanto mais que a partir daí, nunca mais deixou de estar presente nessas fases da prova.
O objectivo era agora a 1ª Divisão Nacional.
Conseguiram-no finalmente na época de 88/89, após bastante trabalho e dedicação, à custa sobretudo dum espirito combativo e da formação de um grupo bastante homogéneo, praticando-me duma forma competitiva ao nível das boas equipas portuguesas. Tanto mais que, na 1ª época da 1ª divisão classificaram-se em 1º lugar do grupo B e em 7º a nível nacional.
Viveram-se nessas épocas momentos altos na Moita. Equipas como o Benfica, Belenenses, Académica, CDUL, Direito, etc., vieram cá à aldeia fazer jogos dificeis, encarando a equipa da Moita de igual para igual, tendo-se registado excelentes resultados nessas partidas.
Reparei em algumas pessoas que assistiam aos meus jogos nessa altura e apercebi-me finalmente da consciência generalizada, sobre um trabalho desenvolvido e da importância que eu tinha para o desenvolvimento social na e da aldeia. Tanto mais que tinham sido feitos, durante vários anos, intercâmbios internacionais com equipas espanholas, que conviviam durante vários dias, não só com os jogadores, mas também com muitas outras pessoas ligadas ou não ao rugby..
Fizeram-se ainda jogos particulares com equipas de outros paises como, Inglaterra, França, País de Gales, etc., possibilitando contactos internacionais com toda a população que, inconsciente ou conscientemente foi envolvido socialmente com os visitantes, quer durante o jantar de confraternização que sempre se organizava, ou simplesmente nas ruas da aldeia.

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