10/05/2010

História do rugby na Moita 2

Não demorou muito tempo a concretizar-se essa vontade, dado que surgiu por acaso um contacto com uma (também) jovem equipa de Aveiro, que depois de convidada se prontificou a deslocar-se cá à Aldeia e fazer o tal jogo tão ambicionado.
Utilizar o mini campo da Primária era o possivel. E foi lá mesmo que eu fui envolvido no que eles chamaram de 1º jogo de Rugby mas que a mim me pareceu qualquer coisa anárquica e com pouco sentido. Mas não eram as regras o mais importante. Afinal foi realmente o 1º jogo da equipa da Moita e mesmo o resultado bem desfavorável soube bem melhor que algumas vitórias importantes. Finalmente podiam dizer que eram uma equipa de Rugby porque afinal já tinham jogado a sério.
Organizar-se agora era imperativo e penso que eles deram um grande passo. Não foi ainda uma organização administrativa e formal mas conseguiram criar aquela base necessária neste desporto. Conseguiram fazer nascer neles sentido de grupo com grande vontade de caminhar em conjunto e começa aqui o tal espirito Rugbysta tão importante de que tinha tanto para vos falar a respeito. Acreditem que não existe em nenhum outro desporto.

Terá sido aquela fase de dificuldades e incertezas o embrião duma modalidade organizada?

Agora e passados 25 anos não tenho qualquer duvida disso. Foi realmente muito importante essa fase para o que até hoje foi conseguido. Mas não foi fácil esse precurso. Havia muito a fazer e poucos meios para o conseguir.
É aqui que começa a época de algumas responsabilidades assumidas. E foi quando eles começaram a pensar em praticar-me a nivel de competição que isso mais se notou.
Criaram uma equipa de juniores para participar no então campeonato regional, onde estariam já envolvidas equipas melhor estruturadas e com outro tipo de traquejo.
Inscreveram esta primeira equipa na Federação Nacional pertencendo a partir daí ao raking nacional federado em parceria com clubes de grandes tradições.
É nesta altura e em simultâneo que eles criam o Núcleo de Rugby da Moita (N.R.M.) funcionando como uma pequena associação organizada para poderem dividir tarefas, quer administrativas quer técnicas. Mas as dificuldades económicas eram grandes. Era necessário comprar equipamentos, bolas oficiais, etc. etc. etc., por isso era frequente vê-los sair para a rua, munidos de autocolantes ( mandados fazer ao melhor preço possivel, com uma ou outra "cunha" na tipografia) e em grupo de 10 ou 15 bicicletas, percorrerem as terras limitrofes e até as praias mais próximas para conseguirem algum do dinheiro que precisavam.
E as dificuldades não eram só económicas. Não tinham campo, agora que já tinham jogos programados para o campeonato.
Foi necessário recorrer aos campos de Ferreiros e Famalicão ( terras vizinhas ) a quem ainda hoje estão bastante agradecidos por esse favores tão importante para eles e sobre os quais eu os ouço comentar com bastante carinho.
Havia também a necessidade de um local para se reunirem e utilizar como clube onde guardariam tudo o que fosse importante imanado da Federação , D.G.D. e outros clubes.
Conseguiram alugar um pavilhão, na altura desocupado, que eles transformaram na sua sede. Com um local para bailes e com um bar de apoio que lhes foi dando algum dinheiro também. E frequentavam-no de tal forma que esse pavilhão começou a ser conhecido pelo local dos rapazes do rugby, chegando a ser batizado como " O Melão " ( pela semelhança entre esse fruto e a bola de jogo ) nome esse que, apesar dos anos, ainda hoje se mantém.
E em relação a apoios?

Praticamente não existiam. A não ser os subsidios (insuficientes) que a Federação dava para a deslocação nos jogos em que participavam. Bolas da D.G.D. e algum apoio em equipamento do Comité Regional de Coimbra, nada mais era possivel conseguir. Sobretudo das entidades locais, as quais, seriam concerteza as que teriam maiores responsabilidades nisso.
Só algum tempo depois houve a consciência da necessidade de um recinto desportivo onde, através da influência de algumas pessoas (uma comissão) foi construido o Parque de Jogos da Moita, que iría permitir finalmente a realização de jogos de rugby na Moita. Com as infraestruturas criadas foi possível agora começar a ter um trabalho diferente , determinado no sentido de cativar novos elementos para a equipa, de criar escolas de infantis/iniciados e aos poucos construir a tão desejada equipa de séniores.

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